Publicado em 17/04/2020
A tão esperada demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde foi consumada na tarde da última quinta-feira (17). Logo depois o oncologista Nelson Teich foi anunciado como sucessor e tomou posse nesta sexta-feira (17). Na prática, sai o político e entra o gestor. É um avanço tremendo e uma mudança de postura na condução da pandemia do vírus chinês. Menos mídia, holofote e discursos para a plateia. Mais trabalho, gestão e “foco em pessoas” - palavras do próprio Teich.
Uma das grandes virtudes do governo Jair Bolsonaro - reconhecida até mesmo por opositores - é a qualidade dos seus ministros. Figuras como Sergio Moro, Paulo Guedes, Tarcísio de Freitas são especialistas em suas áreas de atuação e não tem histórico político. É evidente que, como qualquer cidadão brasileiro, futuramente podem entrar para a política.
Deveria ser regra ter um ministro que seja especialista na área. Mas infelizmente nem sempre foi assim Quem não se lembra dos governos Lula e Dilma, que loteavam os ministérios com políticos sem a menor aptidão para o cargo somente para satisfazer a sanha de partidos aliados, ávidos pelo poder?
Embora seja médico de formação (é ortopedista), Mandetta é, acima de tudo, político. Ex-deputado federal por dois mandatos, o ex-ministro é filiado ao Democratas e foi indicado ao cargo pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).
Por outro lado, Nelson Teich jamais ocupou cargo político. Profissional conhecido pelo seu perfil de gestor, recebeu o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), que referendou suas credenciais. “É um nome que conta com nosso total apoio, e pelo qual temos muita simpatia. Respeitado na classe médica, eminentemente técnico, gestor e altamente preparado para conduzir o Ministério da Saúde”, afirmou Lincoln Lopes Ferreira, presidente da AMB.
Logo após sua posse, o ministro ressaltou que quer trabalhar integrado diariamente com os demais ministérios e com estados e municípios para dar agilidade na resposta de problemas que vão surgindo. Teich disse ainda que pretende juntar as informações da saúde e de outros ministérios para “olhar o que está faltando e desenhar um programa para que a gente entenda o que está acontecendo”.
É uma mudança clara de rumo. Ao contrário do discurso alarmista e de pânico pregado pelo político Mandetta, Teich adota um tom racional. Sem, no entanto, reconhecer a gravidade da situação. O novo ministro explica que vai trabalhar, por meio da informação e do conhecimento, para a construção de uma solução. Sem jogar para a plateia. Sem indiretas. Sem frases de efeito. É o gestor no lugar do político.
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