Publicado em 09/06/2020
Ricardo Roveran
Você está vivo?
Sei que esta pergunta parece estranha, mas quero convidar você a uma reflexão ampla aqui.
Alguns dirão que é um clichê, uma proposta comum e pode bem ser. Mas antes de tudo é real e neste momento um verso do Renato Russo soa em minha mente: “mas quais são as palavras que nunca são ditas (…) ?”
A verdade é que os eventos do biênio 2019/2020 deixarão marcas nas nossas almas.
Algumas pessoas nas quais acreditamos, aquelas que ajudamos a caminhar, que convidamos para “combater o bom combate” ombro a ombro, que nos dispusemos a dar a mão e levantar tantas vezes quantas caíssem; aquelas que juramos carregar nas costas se não pudessem mais andar; pessoas as quais prometemos um velório digno caso tombassem dignamente em batalha, nos surpreenderam.
Elas nos venderam a preços tão baixos que Judas exclamou surpreso desde o inferno.
Mas também, a política, como diria Aristóteles, é a mais nobre das atividades. O que é justo dizer, sobretudo hoje, quando temos que combater contra aqueles aos quais desejamos o mais profundo bem e a mais perpétua paz, mas que levados pelo impulso do imediatismo compraram um discurso comunista leviano e superficial. A mesma promessa de paraíso sobre a terra que tantos outros povos compraram no passado, antes que um genocídio se anunciasse.
Assim, lutamos contra eles e por eles, simultaneamente. Se nós perdermos, perderemos todos. Se vencermos, venceremos todos. É cruel isso, mas é verdade e sobretudo, como disse antes, real.
O nível de alucinação que estas pessoas estão entregues é compreensível. Inaceitável, mas compreensível. Há um eixo da percepção que antecede e explica todos os eventos aos quais estamos sujeitos: o reino dos céus.
A velha pergunta: Jesus ressuscitou dos mortos ou não? É a pergunta que muda tudo.
Se Ele ressuscitou, então há mais do que o materialismo de Karl Marx diz. Se não ressuscitou, então essa vida na Terra é tudo e acabou.
O cristão tem por pressuposto entender que esta vida é uma jornada de provações às quais devemos oferecer a outra face. Não que devamos gostar de apanhar ou ainda ter um comportamento compassivo diante da injustiça, pelo contrário, a reação às injustiças deve ser firme o suficiente para não sucumbir diante das inúmeras ameaças que estamos sujeitos.
Podem fazer o que quiserem, tentar intimidar, ameaçar, cuspir, bater. Em alguns casos até matar, que não mudaremos de ideia, não cederemos. Ofereceremos a outra face como sinal de que a violência empreendida pelos loucos materialistas não é argumento e que mais
uma vez, a violência, seja física ou emocional, apenas demonstra o vazio intelectual que estão inseridos.
Jesus chegou a ser crucificado, tudo sofreu para que negasse seu pai e voltasse atrás: negue Deus e você para de apanhar. Era esse o recado, mas Ele não fez isso, porque sabia a verdade.
O homem comum busca a felicidade, que pode ser entendida de forma bem grosseira como um conjunto de prazeres dos sentidos: bebidas. comidas, transas, viagens, compras etc… Tudo que traz prazer aos sentidos de alguma forma.
Alguns são tão estúpidos e limitados que chegam ao cúmulo da imbecilidade de confundir desejo sexual com amor e partindo desse ponto empenham-se em fazer política para 211 milhões de cidadãos.
Oras, se Jesus não ressuscitou, então tudo é aqui. E se tudo é aqui, então a busca pelo prazer é tudo que importa mesmo.
Por outro lado, se Jesus ressuscitou, então há mais do que esta Terra pode oferecer, e, clichê surdo seja entoado: não estamos aqui para ser felizes e sim para sofrer, tendo em vista que a felicidade está no reino dos céus e não aqui.
O cristão tem obrigação de entender que “o mundo jaz no maligno”. Portanto, não ficar esperando felicidades e prazeres deste mundo. Por consequência, os conservadores, e portanto cristãos, carregam este preceito essencial consigo.
Somos levados aos tribunais onde pessoas nos acusam do que fazem e nossos juízes são os indivíduos mais corruptos da história da humanidade. Apoiadores de genocídios e misérias incalculáveis, de crimes contra a humanidade irreparáveis.
Estes aí, ainda são apoiados pelos chamados nossos contemporâneos de “isentões”. Os sujeitos covardes que se prontificam a lutar contra a justiça e dar voz à injustiça em nome de uma suposta democracia, crendo que o silêncio em relação às denúncias evitará um conflito irrefreável.
Se você entendeu que este mundo não é o clube de campo ou o retiro de férias, que não é o lugar onde você vai para passar tempos agradáveis e ser muito feliz, então você entendeu pelo menos um pouco do que é a vida, do ângulo cristão. Está apto a vivê-la na sua plenitude: é isso mesmo, vai ter muito sofrimento e perseguição, e o troféu final é a salvação para aquele que vencer, que chegar íntegro até o final.
Quem não entender isso, vai acabar atolado no lodo do autopiedade. Amando a si próprio sobre todas as coisas, se sentindo intocável e chorando a cada meio metro de uma estrada longa e cheia de espinhos.
Esta é a grande questão do tempo que estamos vivendo: você está vivo? Sabe que está vivo? Sabe o que significa estar vivo? Se sim, basta entender que a virtude da coragem consiste em estar disposto a levar prejuízo, sofrer mesmo, por algo maior que você mesmo.
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