Publicado em 07/12/2020
Alguns anos atrás, um famoso ator brasileiro foi exposto publicamente como assediador sexual por uma figurinista de importante emissora de televisão.
O ator era rotulado como galã de novelas. Sempre fazia o papel de pegador, conquistador, o que fazia as mulheres suspirarem e até disputarem a sua atenção a tapa. A voz rouca e o olhar 43 do ator exalavam virilidade. De coadjuvante, logo passou a protagonista. O currículo ficou repleto de papéis de destaque.
A vida pessoal do ator sempre foi discreta. Nunca vi o nome dele envolvido em escândalos. Fazia a novela, ia para as capas de revistas e sites. No que a novela terminava, ele sumia de circulação. Não parecia ser deslumbrado com a fama.
Não sabia se era casado, se tinha filhos, qual seu restaurante preferido, onde passava as férias. Fato raro para quem trabalha com tanta exposição de imagem. Realmente preservava a vida pessoal. Separava a figura pública do ator famoso. A maioria dos atores que conheço não pode reclamar de invasão de privacidade. Porque ocorre exatamente o oposto: eles que invadem a minha privacidade com posts a cada minuto, excesso de detalhes de suas vidas, fotos intimas, caras e bocas, momentos que deveriam ficar entre quatro paredes, partos, casamentos, ruidosas separações, pratos preferidos, férias, merchandisings absurdos do tipo que ninguém acredita que a figura usa tal produto, comentários sobre tudo e todos, campanhas, panfletagem, exibição pura e simples.